:: Publieditorial, a estratégia que afronta a ética

     Os veículos brasileiros (é verdade, isso não acontece por aqui) estão abusando de uma nova estratégia (hipócrita, cínica, não transparente) : o uso de propaganda maquiada de matéria. Trata-se de uma forma de enganar sobretudo o leitor de jornais e revistas, disfarçando o que é, na prática, matéria paga, jabá, malho de agências de comunicação, RP, assessorias de imprensa. Em nome da ética jornalística e empresarial, isso deveria ter um fim. Mas quem a prática não tem mesmo escrúpulos e a ética e a transparência não fazem parte do dicionário dessa gente.
 

:: Marketing Alcóolico da Bacardi. Um case de marketing de drogas ou uma droga de marketing?

     O cinismo, a desfaçatez de algumas empresas (e de alguns veículos que delas são cúmplices) chegam a espantar. Pois não é que é Bacardi e a revista Exame se juntaram para contar um case de “lavagem cerebral” em jovens visando o aumento de consumo de bebidas. A “estratégia” imita os traficantes de drogas que também usam esse processo nefasto de sedução. A gente não dúvida que, um dia, este caso horroroso de marketing receba premiação, já que, para algumas entidades que concedem prêmios de comunicação/marketing, o que interessa é o resultado. Parece que isso a Bacardi conhece: está “embebedando” os nossos jovens em bares e universidades. Coisa feia, hein?
 

:: A Globo desrespeita o conceito de fonte

     A Globo vem, sistematicamente, desrespeitando o conceito de fonte, contrariando, desta forma, em sua cobertura jornalística uma regra básica da área: identificar as pessoas e organizações que fornecem as informações. A lógica da empresa é , no mínimo, estranha: não identifica as fontes para não promovê-las, mas se acha no direito de usá-las para subsidiar as suas matérias. Pior, se é para falar mal, denunciar, as fontes são identificadas. Deve ser uma ética própria, típica de uma organização jornalística que se acostumou ao monopólio e que não faz o mesmo quando se trata das autoridades. Aí, vale a pena “puxar o saco”, já que a verba publicitária dos governos a sustenta há muito tempo.
 

:: O Unibanco está com vergonha de ser banco?

     A campanha do Unibanco continua tentando convencer-nos de que o Unibanco não parece banco. Usar bonecos animados não adianta. O Unibanco é banco como qualquer outro, cobra juros abusivos e só enxerga dinheiro pela frente. Vai ver que, com dor de consciência, anda querendo convencer a si próprio de que não é banco. E a gente cai nessa?
 

:: A prática desmente o discurso empresarial. Está mesmo difícil de aguentar

     As empresas andam maquiando os seus produtos, discriminando pessoas por motivos inexplicáveis e afrontando, sistematicamente, contra os consumidores e os cidadãos de maneira geral. O discurso continua o mesmo em nome de uma perspectiva hipócrita e cínica de responsabilidade empresaria. A sociedade precisa colocar um basta nisso.
 

:: O McDonald´s quer limpar a imagem com propaganda. Não vai dar mesmo, caro Larry

     O McDonald’s, o representante maior da chamada “junkfood”, empenha-se para criar um novo conceito de informação jornalística – o jornalismo de marca. Para nós, que não toleramos esta hipocrisia, a leitura é outra: trata-se de propaganda mesmo. Nada temos contra a propaganda , mas a empresa do palhaço deve estar querendo rir da (e na) nossa cara. Sai pra lá “Super Size Me” (você já viu o filme ou comprou o DVD?). Sua comunicação “gordurosa”, “obesa” não engana a gente, não.
 

:: Monet, o mico jornalístico da Net

     A Net resolveu, para ganhar dinheiro, substituir a antiga revista, que privilegia a programação, por outra que repete a fórmula comercial das demais e que coloca a programação em segundo plano. O assinante, que não paga a revista, recebe a outra com muito menos informações. O que era de todos acabou ficando só para alguns. Mas a Net precisa de dinheiro e, quando as organizações deste tipo precisam de dinheiro, não pensam um minuto em avançar sobre o bolso da gente. Problema de monopólio, de abuso de poder econômico, de marketing safado.
 

:: A comunicação da Uniban anda cabulando as aulas

     A Uniban, uma universidade paulista com um número considerável de alunos e cursos, certamente desconhece o conceito de responsabilidade social. Nas suas campanhas, têm confundido redução de preços de mensalidades com ação de cidadania e, sobretudo, utilizado celebridades para “vender” ensino. No artigo, fazemos referência ao uso da figura de Pelé em campanha de 2004. Agora, saiu Pelé e entrou Martinho da Vila. Como se pode ver, tem tudo a ver com a educação e com responsabilidade social (I?) Para uma universidade, a responsabilidade social está associada à excelência do ensino, da pesquisa e da extensão. Alguns rankings recentes feitos pela área educacional não são lá muito favoráveis à Uniban e seria bom checar o salário (hora/aula) de seus professores. Responsabilidade Social é outra coisa!
 
 
 
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