O
espírito crítico continua vivo na Web.
A Internet tem servido para que grupos
organizados da sociedade civil promovam a mobilização
dos cidadãos visando a adoção de posturas responsáveis
e a mobilização contra as mazelas da sociedade.
Podemos citar como exemplos dois
sites: o da Abraji
– Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
e Criança
& Consumo.
Em
favor da reportagem investigativa
A Abraji reúne jornalistas
brasileiros comprometidos com a investigação, com
a qualificação das fontes e das informações
e, sobretudo, que priorizam o interesse público. Seu objetivo
é, conforme explicitado no site, promover congressos, seminários,
oficinas especializadas e editar publicações que tratem
da investigação no jornalismo.
Temos que reconhecer a relevância
deste esforço: o jornalismo brasileiro, pressionado por interesses
comerciais, pelas condições adversas de produção,
pela falta de espírito crítico de muitos colegas da
redação e de espírito cívico de boa
parte dos empresários da comunicação, tem-se
burocratizado e, o que é pior, se rendido ao assédio
de empresas e governantes.
O site da Abraj reúne inúmeros
materiais importantes (como o banco de fontes) e notícias
sobre reportagens investigativas em curso, com informações
valiosas para os profissionais da comunicação e para
a sociedade como um todo. A Abraji permite a filiação
de jornalistas e estudantes de jornalismo.
Contra
a exploração das crianças
O site Criança & Consumo
tem um objetivo nobre: denunciar os abusos cometidos contra as crianças
particularmente por empresas poderosas que estimulam o consumo não
saudável e insistem em enxergar a criança apenas como
consumidora.
De maneira corajosa, denuncia as
grandes corporações (nacionais ou não) que
se utilizam do marketing, da propaganda, para induzir o consumo
e busca alertar educadores, profissionais e sobretudo os pais para
esta estratégia perigosa posta em prática por empresas
não éticas.
O site tem o apoio do Instituto Alana,
coordenado por Ana Lúcia Villela, aceita denúncias
de campanhas e mensagens que penalizam as crianças e apresenta
exemplos destes abusos no seu menu “de olho no marketing”,
que vale a pena conferir.
Se você também está preocupado (a) com o problema,
que é grave nesta perversa sociedade de consumo que não
poupa ao menos as crianças, deve ler também o excelente
trabalho de Susan Linn, Crianças do consumo: a infância
roubada, publicado em 2006 pelo Instituto Alana. Leitura valiosa
e esclarecedora.
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