Wilson da Costa Bueno* 
                          A Sociedade da Informação, 
                      caracterizada pelo ritmo frenético das mudanças, por uma 
                      nova geografia (ou mais adequadamente uma nova geopolítica) 
                      no mundo dos negócios, e pela integração acelerada das diversas 
                      mídias, vem alterando drasticamente o perfil tradicional 
                      das organizações empresariais. Sobretudo, tem provocado 
                      uma mudança profunda no relacionamento entre as corporações 
                      e os seus distintos públicos de interesse.
                            Como resultante deste 
                      impacto formidável, a Comunicação Empresarial evoluiu de 
                      seu estágio embrionário, em que se definia como mero acessório, 
                      para assumir, agora, uma função relevante na política negocial 
                      das empresas. Deixa, portanto, de ser atividade que se descarta 
                      ou se relega a segundo plano, em momentos de crise e de 
                      carência de recursos, para se firmar como insumo estratégico, 
                      de que uma empresa ou uma entidade lança mão para fidelizar 
                      clientes, sensibilizar multiplicadores de opinião ou interagir 
                      com a comunidade.
                            Para entender esta autêntica 
                      ruptura de paradigma na Comunicação Empresarial contemporânea, 
                      é preciso reconstruir o cenário em que estas modificações 
                      ocorrem, porque, na verdade, a Comunicação Empresarial funciona 
                      como um espelho, que reflete culturas e tendências. Tentar 
                      situá-la à revelia deste contexto, amplo e complexo, como 
                      muitas vezes pretendem os analistas apressados, comprometidos 
                      com a sofreguidão típica dos apólogos da "nova economia", 
                      implica em esvaziar o seu conteúdo e o seu poder de fogo.
                             A volatilidade 
                      das empresas "roláveis"
                           Uma consulta, ainda 
                      que breve e superficial, às chamadas de capa dos principais 
                      jornais em todo o mundo evidencia, de maneira incontestável, 
                      a planetarização da economia. Isso fica patente no fato 
                      de que oscilações pequenas nos resultados das principais 
                      empresas norte-americanas provocam abalos consideráveis 
                      nas bolsas de valores em todo o mundo, resgatando a metáfora 
                      do "castelo de cartas" que se desmorona à retirada 
                      de apenas uma delas. É fundamental perceber, também, que 
                      o mercado se arrepia, nervosamente, apenas com o simples 
                      anúncio de uma possível fusão entre empresas, ou com informações 
                      (mesmo não confirmadas) que levantam suspeitas sobre eficácia 
                      de produtos ou, ainda, com o mau humor de autoridades financeiras 
                      dos Estados Unidos. A comunicação, portanto, potencializada 
                      pelas novas tecnologias, tem o condão de desencadear um 
                      processo, não controlável. que, ao instaurar desconfiança 
                      ou euforia, altera o ritmo das coisas, sintonizada que está 
                      com a volatilidade da "nova economia".
                           Remédio sai do 
                      mercado e derruba Dow Jones
                           "Johnson 
                      & Johnson retirou de circulação medicamento e índice 
                      da Bolsa de Nova York caiu 0,06."
                           A Bolsa de Nova York 
                      fechou ontem com os principais índices caminhando em direções 
                      opostas. O Dow Jones teve queda, enquanto o Nasdaq, concentrado 
                      em ações de tecnologia, fechou em alta modesta.
                            Depois de avançar na 
                      terça-feira mais de 200 pontos e repetir a façanha novamente 
                      na quinta-feira, o Dow Jones foi derrubado pelo anúncio 
                      de que a Johnson & Johnson tiraria do mercado o Propulsid, 
                      um popular remédio para a azia, que está sendo associado 
                      a 80 mortes.
                            O indicador, que reúne 
                      ações das 30 principais empresas da economia norte-americana, 
                      chegou a atingir a máxima de 11.234,6 pontos, mas não resistiu 
                      à pressão e caiu 7,4 pontos, para 11.112,72, uma baixa de 
                      0,06%. Apesar da queda, o Dow Jones acumulou, na semana, 
                      ganhos de 517,49 pontos, ou 4,9%. O índice mais amplo Standard 
                      & Poors (S & P), composto por 500 papéis, 
                      fechou em alta recorde pelo quarto dia consecutivo, apesar 
                      de ter tido um ganho de apenas 1 ponto. O S & P encerrou 
                      o pregão com ganho de 0,11 ponto, ou 0,01, para 1.527,46 
                      pontos.
                            Nasdaq  No Nasdaq, 
                      o índice que reúne os principais papéis de tecnologia do 
                      mercado norte-americano, a fabricante de equipamentos para 
                      Internet Cisco Systems foi o papel mais ativo e teve, pelo 
                      segundo dia, ganhos recordes, puxando o indicador para cima. 
                      Rumores de que a Yahoo! e a eBay haviam retomado negociações 
                      para fusão também ajudaram no desempenho do índice, que 
                      fechou em alta de 22,72 pontos, ou 0,5%, em 4.963,33 pontos..." 
                      ( O Estado de S. Paulo, 25/03/2000, p.B6)
                            A convicção, cada vez 
                      mais difundida, de que os negócios dependem dos fatos, mas 
                      também (sobretudo?) das versões sobre os fatos, ao mesmo 
                      tempo provoca calafrios nas empresas e as anima a estabelecer 
                      políticas de comunicação que se pautem pelo profissionalismo, 
                      pela consistência e pela estreita afinidade com os seus 
                      interesses mercadológicos e/ou institucionais.
                            Não resta dúvida de 
                      que as fronteiras tradicionais da empresa estão definitivamente 
                      ampliadas e de que a estrutura física (as fábricas e equipamentos) 
                      vêm perdendo, paulatinamente, importância para os ativos 
                      intangíveis, como a imagem da empresa , o valor de suas 
                      marcas , o quociente de inteligência (racional e emocional) 
                      dos seus recursos humanos ou o comprometimento da cultura 
                      empresarial com a prática sistemática da responsabilidade 
                      social. Não é por outro motivo que, dentre as ações mais 
                      valorizadas, se situam aquelas que estão associadas a empresas 
                      que privilegiam o talento e que vêem o risco como uma oportunidade 
                      e a tradição como um impedimento de sucesso.
                            As críticas a esta nova 
                      situação, embora sérias e nem sempre bem comportadas, como 
                      a do sociólogo e ensaísta alemão Robert Kurz, 
                            "Agora que os preços 
                      das blue-chips encontram-se estagnados, depois de 
                      10 a 15 anos de vertiginosa ascensão, o foguetório das ações 
                      prossegue com intensidade tanto maior nos novos mercados. 
                      Num piscar de olhos o Nasdaq desbancou seu irmão bem mais 
                      velho, o Dow Jones, e mesmo destino teve o alemão Dax nas 
                      mãos do Nemax. Muitas vezes são empresas que ainda fedem 
                      a cueiro, com um punhado de funcionários, que capitalizam 
                      uma riqueza fabulosa, em operações dúbias". ( Folha 
                      de S. Paulo, Mais!, 26/03/2000, p.14)
                            parecem não sustar a 
                      sua consolidação. Há, pelo contrário, provas de que ela 
                      se fortalece, com a entrada ruidosa, na Internet, das empresas 
                      da "velha economia", talvez, hoje, convencidas 
                      de que essa nova mídia veio mesmo para ficar e que não existirá 
                      vida (e negócios) fora dela no futuro.
                            A nova economia digital 
                      pretende obedecer a outros parâmetros e certamente, caso 
                      seu modelo prevaleça, revolucionará não apenas os processos 
                      de gestão, mas (e é isso que nos interessa particularmente) 
                      a própria comunicação empresarial.
                            Vale a pena refletirmos 
                      um pouco sobre o vínculo entre esta nova cultura aplicada 
                      ao mundo dos negócios e as práticas de comunicação das empresas.
                            Jim Collins, co-autor 
                      (seu parceiro foi Jim Porras) do conhecido e também festejado 
                      livro Feitas para Duras: práticas bem sucedidas de empresas 
                      visionárias, publicado pela Editora Rocco, adverte para 
                      o caráter fantasioso das organizações que estão sendo criadas 
                      com o objetivo único de brilhar intensamente, ainda que 
                      em um curtíssimo intervalo de tempo. Segundo ele, a nova 
                      mentalidade empresarial se compromete apenas com o enriquecimento 
                      rápido e exponencial, com a ânsia de frequentar os holofotes 
                      da fama, responsável pelo surgimento de uma legião de organizações 
                      "feitas para rolar".
                             "Hoje em dia basta 
                      ter uma argumentação, implementar o esboço de uma idéia 
                      e bingo!, riqueza instantânea. Não há necessidade de se 
                      dar ao trabalho de seguir o método da maioria dos milionários 
                      que se fizeram sozinhos ao longo do tempo: criar valor substancial, 
                      trabalhando com afinco durante um extenso período de tempo. 
                      No mundo que não é feito para durar, a idéia de investir 
                      esforços na construção de uma grande empresa soa antiquada, 
                      desnecessária e até mesmo pouco inteligente... O modelo 
                      feito-para-rolar vem sendo sustentado pelo crescimento quase 
                      sem precedentes no volume de recursos nas mãos de empresas 
                      de capital de risco. De um fluxo regular de cerca de 6 bilhões 
                      de dólares por ano no período de dez anos que se estendeu 
                      de meados dos anos 80 até meados das década de 90, os investimentos 
                      de capital para novas empresas explodiram, alcançando a 
                      marca de mais de 17 bilhões de dólares em 1998. Ao mesmo 
                      tempo, uma revoada dos chamados investidores-anjos (os primeiros 
                      a desembolsar dinheiro para iniciar o negócio) começou a 
                      procurar uma fatia do próximo grande rolo... Não importa 
                      se a idéia é boa ou não, se pode servir de base para um 
                      negócio rentável, para uma organização sustentável ou para 
                      uma grande empresa. A única coisa que importa é que a idéia 
                      seja rolável, que possibilite aos investidores embarcar 
                      nela, abandoná-la e partir para a idéia seguinte, antes 
                      que a bolha estoure." (Exame, 05/04/2000, p. 58-70)
                            Nas empresas "roláveis" 
                      (aquelas que se opõem às "duradouras"), evidentemente 
                      o ethos (a alma da cultura) é distinto das que se apóiam 
                      nos pilares tradicionais da gestão empresarial que tipifica 
                      a chamada "velha economia". Se a idéia é não perdurar, 
                      a cultura empresarial que se plasma também tem este caráter 
                      efêmero, voltando-se, voluptuosamente, para o mercado. A 
                      metáfora mais adequada para caracterizar tais empresas é 
                      a de um elefante (aliás, denominação de um dos ícones da 
                      economia digital) que, sedento, não quer apenas sorver goles 
                      suficientes de água para saciar a sede, mas, se possível, 
                      beber de uma vez só o rio todo.
                    A comunicação "pontocom"
 
                     
                    A comunicação neste contexto assume uma função completamente 
                      nova e está a serviço não da construção lenta e sistemática 
                      da imagem empresarial, mas da explosão de um conceito, algo 
                      como uma arma biológica que contamina clientes e sobretudo 
                      investidores, fazendo-os aderir cegamente a um novo negócio. 
                      Neste caso, a comunicação tem que ser tão pouco ortodoxa 
                      que elimine a racionalidade típica do capitalismo tradicional, 
                      a tal ponto que faça atrair recursos vultosos para empresas 
                      que só sabem exibir prejuízos.
                            Evidentemente, as empresas 
                      "roláveis" contam com a cumplicidade da mídia, 
                      também às voltas com uma transformação radical, provocada 
                      pela sua imersão no universo dos bits, onde a velocidade 
                      na circulação das informações é vista como sinônimo de qualidade. 
                      A nova economia se sustenta nesta promíscua relação com 
                      os meios de comunicação, que proclamam a globalização como 
                      inexorável e convocam as mentes da sua audiência para aplaudir 
                      os novos gênios do Vale do Silício e seus clones espalhados 
                      pelo planeta. É fácil identificar este processo de adesão 
                      da mídia: basta atentar para o destaque com que ela contempla 
                      os "milionários pontocom" e penaliza as empresas 
                      tradicionais, excluídas por obsolescência do novo templo 
                      da fortuna: o índice Nasdaq.
                            A nova ideologia do 
                      desenvolvimento festeja a derrocada das empresas nacionais, 
                      a deterioração do poder do Estado, sangrado pela sua burocrática 
                      incompetência, instaurando um discurso apolítico, pretensamente 
                      técnico, que não tem pátria nem memória.
                            Aqui, a comunicação 
                      não tem que ser apenas célere, mas fulminante, em conformidade 
                      com processos de decisão (sobretudo de investimento) que 
                      se fecham e se reabrem em um ciclo absurdamente rápido. 
                      Ao mesmo tempo, ela deve buscar um consenso que, necessariamente, 
                      se estabelece entre os que atuam nesta nova roda da fortuna: 
                      os donos do negócio, os seus patrocinadores e os clientes. 
                      Este consenso advoga a conveniência de um relacionamento 
                      superficial, cuja magia está mais no prazer de viajar (a 
                      sensualidade eletrônica do duplo clique) do que nas possíveis 
                      riquezas que se poderá encontrar à chegada em um porto seguro 
                      ("frames", menus, "banners" e, quem 
                      sabe, informações relevantes).
                            Ao contrário dos fiéis 
                      consumidores das empresas tradicionais, os clientes da economia 
                      digital estarão à cata de informações instantâneas e, em 
                      número crescente, serão apenas navegadores obsessivos, cuja 
                      fidelidade se contabiliza a partir de "page views", 
                      e de quem se pretende extrair, especialmente, os dados cadastrais. 
                      Isso porque o ativo mais importante na "nova economia" 
                      costuma ser a pegada eletrônica (e-mail) deixada nos portais 
                      pelos visitantes apressados ou os vestígios ( "cookies" 
                      ) de sua quase sempre errante trajetória.
                            Evidentemente, pode-se 
                      identificar também atributos positivos na comunicação das 
                      empresas "roláveis". Mais do que a maioria das 
                      empresas tradicionais, elas se valem da potencialidade das 
                      novas tecnologias e estão obcecadas pela idéia de mercado, 
                      ou seja, agem em função das demandas dos seus clientes. 
                      Contam com a vantagem de trabalhar a favor do imaginário 
                      dos jovens (aqui não medidos pela idade cronológica, mas 
                      pela adesão à comunicação eletrônica, em especial à Internet), 
                      estimulam o gosto pela aventura (qualidade intrínseca da 
                      geração de internautas) e prometem recompensas, num bem 
                      sucedido processo de sedução. Suas mensagens são, em geral, 
                      bem-humoradas, irreverentes, afinadas com o nosso jeito 
                      debochado de ver as coisas e impactam, de imediato, os seus 
                      públicos de interesse. Quando endereçadas a segmentos mais 
                      elitizados (consumidores de informações especializadas), 
                      mantêm, ainda assim, o mesmo tom, marcado pela informalidade, 
                      uma forma alegre e descontraída de relacionamento que empresta 
                      afetividade a um negócio que se postula, em princípio, impessoal.
                            Esta modalidade de comunicação 
                      pretende ser sobretudo interativa, criando a ilusão, através 
                      dos hipertextos, de que o "navegante"  é 
                      quem traça o seu próprio caminho, quando, na verdade, engessa 
                      a sua liberdade, muitas vezes domesticando os seus passos, 
                      para conduzí-lo a "banners publicitários", "links"de 
                      patrocinadores e informações filtradas, que se submetem 
                      a ideologias e interesses. O internauta apressado, fascinado 
                      pelo desejo de caminhar e pelas descobertas que se sucedem, 
                      tela a tela, despe-se, quase sempre, de seu espírito crítico 
                      e "embarca" na viagem que promete ser prazerosa. 
                      A comunicação na "nova economia" tende a ser, 
                      por isso, essencialmente "hacker", não apenas 
                      porque burla sistemas de segurança, mas porque, ao acelerar 
                      o ritmo da viagem (repleta de cliques e "downloads" 
                      sucessivos), dá vertigens nos tripulantes, impedindo-lhes 
                      de raciocinar com lucidez. Pode-se admitir, portanto, que 
                      ela está capacitada a provocar panes (pequenas ou grandes) 
                      no sistema mental dos seus usuários, "deletando" 
                      arquivos importantes de sua memória, especialmente aqueles 
                      que garantem o perfeito funcionamento do espírito crítico. 
                      Ironicamente, pode-se pensar que ela convida o cliente para 
                      uma viagem, mas, subliminarmente, lhe rouba a bússola, deixando-o 
                      desorientado. A metáfora pode ser um pouco abusiva, mas 
                      exprime a intenção subjacente a esta forma de comunicação. 
                      A democratização do acesso e a livre circulação são apenas 
                      miragens: ao internauta não é permitido abrir caminhos novos, 
                      mas encontrar os já existentes. O termo utilizado para definir 
                      estes caminhos ("domínios") é surpreendentemente 
                      elucidativo.
                            Há quem veja uma aparente 
                      contradição na estratégia das empresas "pontocom": 
                      o fato de elas recrutarem seus usuários (denominação mais 
                      adequada aos clientes das empresas "roláveis") 
                      a partir de campanhas na mídia tradicional (jornais, revistas, 
                      rádio, TV e outdoor) , figurando mesmo como anunciantes 
                      respeitáveis. Na verdade, o recurso a esta mídia exerce 
                      uma função diversa da que caracteriza, na maioria dos casos, 
                      a publicidade convencional. A prioridade aqui não é fidelizar 
                      clientes ou consumidores, mas despertar os novos, ainda 
                      não imersos nas novas tecnologias (isso é evidente nas campanhas 
                      dos provedores de acesso gratuito), ou atrair os internautas 
                      habituais, comunicando-lhes a existência de novos ancoradouros 
                      (sites) para enriquecer a sua viagem.
                            Apesar de todas estas 
                      restrições que podem ser feitas à comunicação das empresas 
                      "roláveis", é preciso admitir que elas estão enraízadas 
                      na cultura da economia digital, que transcende a elas e 
                      que afeta inclusive as organizações tradicionais. Estas, 
                      como poderemos ver a seguir, também se movimentam no sentido 
                      de incorporar as mudanças, sob pena de verem migrar os clientes, 
                      atraídos, como mariposas, pelas luzes que brilham à distância 
                      e que prometem novas sensações. As organizações da "velha 
                      economia" se vêem obrigadas a erguer seus corpos, lentos 
                      e pesados, para atender aos clientes apressados e volúveis 
                      do mundo digital, o que significa, em resumo, conferir agilidade, 
                      interatividade e transparência à sua prática comunicacional. 
                      Trata-se de uma mudança cultural paradigmática, sem retorno, 
                      que exige conversão imediata de posturas. Algumas têm conseguido 
                      fazer, brilhantemente, essa passagem, mas a maioria ainda 
                      patina, temerosa, desajeitada, exibindo uma imagem "dinossáurica". 
                      Os especialistas não têm dúvida de que estas sucumbirão, 
                      vitimadas pela sua própria inanição (vide a derrocada de 
                      suas ações nas bolsas, reflexo da desconfiança dos investidores 
                      no seu futuro), ou engolidas por gigantes já adaptados às 
                      condições do novo terreno. 
                           O rejuvenescimento 
                      das empresas "duradouras"
                           As empresas "feitas 
                      para durar", também pressionadas pelas modernas tendências 
                      (oferta de produtos globais, vigilância do consumidor, emergência 
                      do capital intelectual etc) passam a exibir novos traços 
                      culturais que, embora não rompam definitivamente com a estrutura 
                      tradicional, sinalizam para uma significativa e saudável 
                      evolução.
                            Especificamente, elas 
                      deixam de administrar para dentro, não enxergando mais os 
                      investimentos no processo de produção como sua única ou 
                      maior prioridade, e buscam "cheirar" o mercado 
                      para identificar desejos presentes e futuros. Na verdade, 
                      passam a vislumbrar o mercado não como um ente único e indivisível, 
                      mas segmentado, constituído de inúmeros nichos, cada um 
                      deles com características distintivas que precisam ser exploradas.
                            A desmassificação ("customização") 
                      do processo de produção, provocada pela segmentação do mercado, 
                      se apóia em bancos de dados inteligentes, capazes de prospectar 
                      demandas quase individuais dos clientes. Os contatos se 
                      personalizam de tal modo que o eixo da produção vira de 
                      cabeça para baixo: é o mercado agora (ou melhor, os vários 
                      nichos de mercado) que comanda a fabricação de produtos 
                      ou a prestação de serviços, negociados em sua qualidade 
                      e quantidade com os clientes, e não impostos, como antes, 
                      por uma estrutura de produção massificada e massificante. 
                      O discurso empresarial incorpora, com naturalidade, novas 
                      expressões, que exprimem verdadeiramente novos conceitos, 
                      como "database marketing", "marketing de 
                      relacionamento", "marketing um a um" e, mais 
                      recentemente "marketing de permissão".
                            Clientes e fornecedores 
                      passam a ser assumidos como parceiros e, na dinâmica empresarial, 
                      não há espaço mais para uma distinção nítida entre "eu" 
                      (a empresa) e "os outros" (clientes, fornecedores, 
                      acionistas, imprensa etc) porque os vínculos tornam-se cada 
                      vez mais estreitos. A moderna noção de cadeia produtiva 
                      evidencia a necessária articulação entre os agentes de produção, 
                      mas também incorpora o mercado ( o cliente e suas demandas, 
                      expectativas e necessidades) como elemento do sistema. Os 
                      fornecedores que instalam celas de produção dentro da fábrica 
                      da empresa, os "terceirizados" que executam seus 
                      "jobs" nas organizações, os "conselhos de 
                      leitores" de alguns jornais, são exemplos marcantes 
                      desta integração, responsáveis por uma nova cultura. A chegada 
                      brusca destes elementos abala culturas empresariais sólidas 
                      porque estabelece conflitos, ainda mais exacerbados quando 
                      originários de processos traumáticos de fusões e privatizações 
                      de empresas.
                            A introdução acelerada 
                      de novas tecnologias, domínios quase sempre das novas gerações, 
                      rejuvenesce o staff gerencial e administrativo das organizações, 
                      fazendo surgir novos líderes, legitimados pela sua competência 
                      técnica ou empreendedora, mas provoca, rapidamente, mudanças 
                      comportamentais (que são, em suma, mudanças culturais) importantes. 
                      No Brasil, a Xerox passa por este processo, tendo, nos últimos 
                      anos, reduzido substancialmente a média de idade de seu 
                      corpo de colaboradores, em especial os que atuam na linha 
                      de frente, buscando soluções para atender aos novos mercados. 
                      Este rejuvenescimento não deixa impunes as culturas tradicionais, 
                      podendo encaminhar não apenas novos processos de gestão, 
                      mas novas práticas de comunicação. No caso de Xerox, agora 
                      uma empresa comprometida com o que está por vir (desenvolver 
                      soluções para os seus clientes) , esta mudança é evidente, 
                      justificando a suspensão de formas tradicionais e estáticas 
                      de comunicação (revista impressa, por exemplo) e a valorização 
                      da intranet. Quem aposta no futuro, precisa comunicar-se 
                      rapidamente, compartilhando de maneira vertiginosa os novos 
                      conhecimentos.
                            Internamente, as empresas 
                      "duradouras" enfrentam, ainda, uma nova revolução. 
                      Para se manterem enxutas, o que significa ágeis e competitivas, 
                      precisam reduzir os níveis hierárquicos e aumentar o nível 
                      de participação dos seus colaboradores. Isso as torna mais 
                      vulneráveis ao embate de culturas e de idéias , o que significa 
                      atenção especial com o chamado "público interno" 
                      (na verdade, também segmentado em vários públicos). A convocação 
                      para a qualidade, a produtividade e a manutenção da liderança 
                      no mercado pressupõem a sensibilização dos colaboradores, 
                      a revitalização da velha idéia de "vestir a camisa" 
                      (agora , não basta ter a empresa sobre a pele, mas dentro 
                      da alma) , ou seja, uma nova forma de comunicar. Com colaboradores 
                      que, agora, passam a compartilhar resultados (e dividendos), 
                      é preciso ter transparência, diálogo, instâncias formais 
                      e informais de participação. A fórmula antiga do "house 
                      organ" tipo "bombril" (mil e uma utilidades) 
                      já não se sustenta porque incapaz de estabelecer canais 
                      com os diferentes públicos internos.
                            Algumas empresas, ainda 
                      que despertas para este fato  o crescimento da importância 
                      dos públicos internos  não têm, no entanto, agido 
                      de maneira competente. Fascinadas por algumas variantes 
                      do chamado "endomarketing", buscam atrair os colaboradores 
                      a partir de campanhas internas, valendo-se de "teasers", 
                      que podem funcionar para chamar a atenção, mas absolutamente 
                      inadequados para provocar comprometimentos. A relação das 
                      empresas com os seus colaboradores, neste novo cenário, 
                      não pode restringir-se a um esforço de persuasão ou sedução, 
                      no fundo majoritariamente emocional, porque colide com o 
                      processo mais íntegro de gestão e partilha de conhecimento, 
                      essencialmente racional, e que é a base das organizações 
                      modernas.
                            Como se pode depreender 
                      facilmente, esta nova cultura empresarial requer formas 
                      de comunicação que obedeçam a uma outra lógica, afinada 
                      com a agilidade das tecnologias emergentes, mas também com 
                      o incremento da massa crítica. Na prática, isso significa 
                      lançar mão de múltiplos canais, adaptados, em seu formato 
                      e seu discurso, aos diferentes públicos, mas todos eles 
                      interativos e, sempre que possível, geridos conjuntamente 
                      com representantes desses públicos.
                            Tais exigências postulam 
                      uma estrutura de comunicação profissionalizada que não esteja 
                      apenas próxima mas que integre efetivamente o processo de 
                      decisão da empresa. Por este motivo, inúmeras organizações, 
                      como a Volkswagen do Brasil para só citar um caso emblemático, 
                      definiram a Comunicação Empresarial como "área-top" 
                      (com status de vice-presidência).
                            A responsabilidade 
                      social como gestão empresarial
                           Ao mesmo tempo, as 
                      empresas "duradouras" tornam-se mais sensíveis 
                      às demandas sociais e evoluem de uma postura assistencialista/paternalista 
                      para um autêntico engajamento social, ou seja superam os 
                      limites da mera filantropia (doação de recursos), transformando 
                      a sua ação social como um elemento integrante de seu processo 
                      de gestão empresarial. Como explicita Oded Grajew, diretor 
                      do Instituto Ethos:
                            "Estamos agora 
                      assistindo ao surgimento de um novo patamar no entendimento 
                      e na cultura da responsabilidade empresarial. À medida em 
                      que as empresas tomam consciência de sua responsabilidade 
                      diante da comunidade, balizando suas ações sociais em princípios 
                      e valores éticos, ganha força o conceito de que a empresa 
                      deveria adotar a mesma postura em relação a todos os públicos 
                      com os quais a empresa se relaciona e em todas as suas práticas 
                      e políticas (. ..) O conceito de responsabilidade social 
                      está passando da fase de abordar apenas a ação social com 
                      a comunidade para abranger todas as relações da empresa 
                      e balizar suas práticas e políticas. A responsabilidade 
                      empresarial, por exigência de coerência e ética, pela elevação 
                      do padrão de consciência da sociedade e por estar se tornando 
                      em razão de sucesso econômico está se transformando e será 
                      a base cultural de uma nova, moderna e promissora forma 
                      de gestão empresarial." (Valor, 04/05/2000, p.B2)
                            Essa relação mais estreita 
                      com a comunidade redimensiona o papel social das empresas, 
                      conferindo-lhes legitimidade e prestígio, conforme atestam 
                      pesquisas recentes. Investigação recém concluída, sob o 
                      patrocínio do Instituto Ethos e do jornal Valor, revelou 
                      que cerca de 1/3 dos consumidores brasileiros, no momento 
                      da compra de um produto ou serviço, puniu (deixando de adquirir) 
                      ou prestigiou (dando preferência) as empresas que, respectivamente, 
                      exercem ou deixam de exercer, a sua responsabilidade social. 
                      Essa avaliação é mais contundente no caso dos líderes de 
                      opinião: cerca de metade deles baliza seu comportamento 
                      de compra em função da imagem da empresa enquanto agente 
                      social. Isso quer dizer que a imagem de empresa socialmente 
                      responsável já influi de maneira positiva nas vendas de 
                      produtos e serviços. Portanto, dada a conscientização crescente 
                      dos consumidores, estar comprometida com a comunidade e 
                      ser percebida positivamente por ela já se constituem em 
                      uma vantagem competitiva no mundo dos negócios.
                            "Já houve um tempo 
                      em que, para o brasileiro, boa empresa era aquela que tinha 
                      um bom produto ou serviço. Para ser, por exemplo, um bom 
                      fabricante de geladeiras, bastava produzir uma boa geladeira. 
                      Nada mais.
                            Hoje, para preservar 
                      sua imagem e garantir um lugar nas listas de compras, a 
                      empresa precisa ir além: no último ano, 31% dos consumidores 
                      brasileiros efetivamente prestigiaram e/ou puniram empresas 
                      com base em suas avaliações sobre a prática, ou não, da 
                      responsabilidade social (...)
                            A tendência de premiar 
                      e/ou punir empresas, segundo a pesquisa, é particularmente 
                      sensível entre os líderes de opinião  aquela parcela 
                      da população que potencialmente influencia o comportamento 
                      dos demais segmentos. Neste grupo, 50% efetivamente prestigiaram 
                      e/ou puniram as empresas que consideraram, ou não, socialmente 
                      responsáveis. É difícil prever até que ponto a conduta vai 
                      se multiplicar, ou a velocidade em que vai crescer. Mas, 
                      segundo Grajew, pode virar uma bola de neve." 
                      (Valor,13/06/2000, p.E1).
                            Na prática, como se 
                      pode depreender do exposto anteriormente, as empresas "roláveis" 
                      terão dificuldade para cumprir esta função social, pois, 
                      pelo seu próprio perfil, estão comprometidas demais com 
                      o seu presente e com a sua perspectiva essencialmente mercadológica. 
                      Logo, pode-se supor que, se a imagem social se constitui 
                      efetivamente em um "passaporte" para o sucesso, 
                      elas não poderão contar com este diferencial.
                            É preciso, porém, deixar 
                      claro, que ser "duradoura" não é qualidade que 
                      se pode atribuir a qualquer empresa que esteja no mercado 
                      há algumas décadas. Pelo contrário, esta condição está reservada 
                      apenas para um grupo seleto de empresas da chamada "velha 
                      economia" e para outro grupo não menos reduzido das 
                      empresas constituídas recentemente. Ser "duradoura" 
                      implica, quase sempre, ser líder, e, para tanto, é fundamental 
                      que as empresas tradicionais se adaptem aos novos tempos, 
                      incorporando novos valores, novas formas de relacionamento 
                      com a sociedade e, novos processos de gestão. Em geral, 
                      por vários motivos, isso não têm acontecido: as empresas 
                      tradicionais são resistentes à mudança, incompetentes no 
                      trato das novas mídias (frequentemente as rejeitam ou as 
                      agregam sem maximizar as suas potencialidades) e vêem a 
                      comunicação fluente e compartilhada com desconfiança. Sua 
                      política de comunicação prima pela censura e pelo controle 
                      da informação, pela dificuldade em partilhar informações 
                      e conhecimentos, pela resistência em reduzir os níveis hierárquicos 
                      e delegar responsabilidades e, especialmente, por uma visão 
                      conservadora (e por isso ultrapassada) do papel da comunicação 
                      na organização.
                            Uma forma bastante didática 
                      de identificar as empresas tradicionais avessas à comunicação 
                      é observar as respostas que podemos dar, quando as focalizamos, 
                      às seguintes questões básicas:
                            1) A empresa tem um 
                      relacionamento transparente e pró-ativo com os seus públicos 
                      de interesse e com a própria comunidade?
                            2) A empresa tem uma 
                      estrutura profissionalizada de comunicação?
                            3) A empresa adota a 
                      comunicação integrada, articulando todas as suas atividades 
                      de relacionamento com os públicos interno e externo?
                            4) A empresa responde 
                      rapidamente às demandas dos veículos de comunicação e tem 
                      com elas uma relação de parceria?
                            5) A estrutura de comunicação 
                      da empresa está no topo do seu organograma, participando 
                      ativamente do processo de tomada de decisões?
                            6) A empresa exercita 
                      efetivamente a sua responsabilidade social e busca adequar 
                      as suas estratégias de comunicação para atender às demandas 
                      da comunidade?
                            7) A empresa aposta 
                      na integração das distintas mídias e está capacitada para 
                      utilizá-las rápida e interativamente?
                            8) A comunicação da 
                      empresa prioriza a postura ética, colocando os interesses 
                      da sociedade (e da comunidade em que se insere) acima dos 
                      seus interesses comerciais?
                            9) A empresa tem instrumentos 
                      para avaliar, efetivamente, a eficácia de suas ações de 
                      comunicação?
                            10) A empresa, em sua 
                      área de comunicação, dispõe de metodologia para acompanhar, 
                      sistematicamente, o trabalho de seus concorrentes e para 
                      prever oportunidades de divulgação junto aos seus públicos 
                      de interesse?
                            Apenas um número elevado 
                      de respostas positivas a estas questões pode indicar que 
                      estamos frente a uma empresa que se compromete com a moderna 
                      comunicação e que está capacitada a integrar o rol das empresas 
                      "duradouras", na melhor acepção do termo.
                            As empresas "duradouras" 
                      e "roláveis" devem ser vistas como tipos ideais, 
                      ou seja, elas dificilmente são encontradas no estado puro, 
                      mas as abstrações, aqui empreendidas, servem, especialmente, 
                      para indicar que a comunicação se relaciona intimamente 
                      com as culturas empresariais, refletindo-as necessariamente. 
                      
                            Os desafios que a "nova 
                      economia" impõe às organizações (entidades, associações 
                      etc) resvalam, sempre, por questões afetas ao bom desempenho 
                      da comunicação. Os empresários e, em particular, os comunicadores 
                      empresariais devem estar preparados para enfrentá-los, com 
                      profissionalismo, competência, visão crítica e, sobretudo, 
                      uma elevada consciência social. As novas tecnologias só 
                      serão socialmente úteis, se utilizadas para gerir empresas 
                      realmente "duradouras". Na prática, isso significa 
                      que empresas e profissionais, embora empenhados na busca 
                      de resultados positivos (lucros), deverão estar, integralmente, 
                      comprometidos com o exercício da cidadania. Fora deste contexto, 
                      não há sobrevida para as organizações do novo milênio.
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                    OBS: Artigo publicado originalmente na Revista Imes 
                      - Comunicação, editada pelo Curso de Comunicação 
                      Social do Centro Universitário Municipal de São 
                      Caetano do Sul, São Paulo, Ano I, nº 1, julho/dezembro 
                      de 2.000, p. 50-58.
                     --------------------------------------------------------------------------------
                    * Wilson da Costa Bueno é professor do curso de 
                      pós-graduação em Comuncação 
                      Social da UMESP , professor de Jornalismo da USP e diretor 
                      da Comtexto Comunicação e Pesquisa.