Assessoria de Imprensa

:: Assessoria de Imprensa, o caso brasileiro

Jorge Duarte*

RESUMO

      O artigo aborda a evolução da atividade de assessoria de imprensa no Brasil e a ocupação, pelos jornalistas, deste mercado, num processo peculiar, específico do País. Área originalmente relacionada às relações públicas, a assessoria de imprensa é campo profissional principalmente de jornalistas, que têm nela provavelmente o principal mercado de atuação. O artigo aborda também as implicações profissionais e éticas da atuação do jornalista como divulgador de organizações públicas e privadas. Por último, mostra que, com a implantação de programas de comunicação empresarial, o mercado profissional do jornalista está se ampliando e exige comunicadores de visão estratégica e que possam contribuir para a consecução dos objetivos empresariais.

ABSTRACT

      This article focuses on press agency in Brazil as an activity developed mainly by journalists - something specific of that country with regard to the kind of professional actually working in press bureaus. Although originally related to public relations, press agency has thus become, in Brazil, journalists' main job market. Not only the professional implications of this reality - but especially the ethical ones - are discussed here, with emphasis on the performance of journalist "as such" on behalf of public and private organizations. Closing the argument, it is showed that recently, following the creation of business communication programs, the job market for press agency has enlarged, now demanding communication professionals with broader vision and skills in order to better attain business objectives.


      A atuação de jornalistas emdivulgação institucional no Brasil não é recente. Ainda na primeira metade do século,era comum a presença de jornalistas em gabinetes de divulgação de órgãos públicos,geralmente chamados setores de relações públicas, distribuindo textos para a imprensa,muitas vezes num jogo em que o profissional ganhava destaque no emprego público por terseu nome presente nos jornais e facilitava o trânsito das matérias do próprio órgãonas redações. Já relatos a respeito da implantação da atividade de assessoria naforma similar à atual dão conta que sua origem está relacionada à instalação deindústrias multinacionais automobilísticas, ao final dos anos 50. Desde então, aevolução em termos de seu uso como técnica de informação à sociedade e instrumentopara formação de imagem das organizações perante esta mesma sociedade e como mercadode trabalho para os jornalistas fez com que atingisse um estágio que talvez seja únicono mundo. No estado do Ceará, por exemplo, o Sindicato dos Jornalistas Profissionaisinforma (Fenaj, 1997: 60) que 60% dos jornalistas do Estado trabalham em assessoria deimprensa. Este percentual varia conforme o Estado, e mesmo que os dados possam não serconfiáveis, é possível acreditar que, no mínimo, 50% dos jornalistas brasileiros atuemem assessorias de algum tipo.
      Apesar desta evolução, até o fim dadécada de 60, a hoje chamada assessoria de imprensa era um campo de atuaçãoprofissional pouco importante e que gerava certo desprezo pelos jornalistas. A atividadeera exercida por pessoas de áreas diversas, geralmente ainda em gabinetes de relaçõespúblicas, uma profissão que tinha a atividade de administração do fluxo deinformação entre organização e imprensa incluída em sua legislação profissional.(1) Na época era natural jornalistas informarem que trabalhavam em relações públicas.Ao mesmo tempo, era comum atuarem em veículos de comunicação e acumular um ou maisempregos em órgãos públicos. A jornada de trabalho, neste caso, muitas vezes não eracumprida. ROSSI (1986:45) conta que muitas repartições públicas contratavam jornalistascom salários baixos e preferencialmente com atuação nas redações e, ainda, quecobrissem justamente aquela repartição. (2)  O objetivo era ganhar ocomprometimento dos jornalistas para obter matérias favoráveis. Este panorama,entretanto, não significa a ausência de jornalistas cumprindo papel competente emassessorias. São vários os casos de profissionais de importante presença emdivulgação ou relações públicas. A prematura regulamentação da atividade derelações públicas, ainda na década de 60, tornaria ainda mais natural a consolidaçãodo termo assessoria de imprensa para indicar os departamentos nas empresas públicas eprivadas que contavam com jornalistas.
      No âmbito da agenda dos veículos decomunicação, o interesse pelas organizações públicas e privadas parece ter aumentadocom a implantação do regime militar. A censura fizera com que os assuntos políticosfossem esvaziados. Como conseqüência, temas econômicos passaram a ser o escoadouronatural nas redações, embora houvesse um esforço muito grande para evitar"promover" o nome de empresas. Naquela época, ainda assim, uma empresa somenteseria citada nos jornais se "figurasse no cadastro dos anunciantes do jornal"(Erbolato, 1988: 113). A década de 1960 termina com poucos jornalistas atuando comoassessores de imprensa (3)  na forma como hoje conhecemos a atividade. Até entãoera comum o que Miguel Jorge (1992: 13) descreve: "gente sempre educada, fina, comimensa dedicação, mas completamente despreparada para a função. As empresas, muitasvezes, pegavam um bom funcionário administrativo, que tinha um ‘jeitinho’ pararelações públicas e colocavam-no para tratar com a imprensa".
      O difícil relacionamento de órgãosgovernamentais com os jornalistas a partir de 1968, quando foi instalada a censura, ajudoua consolidar a imagem de que assessores de imprensa agiam como bloqueadores do fluxo deinformação, como exigiam os novos donos do poder, processo similar ao que ocorreu maisfortemente com a área de relações públicas. Na maior parte do período em que o Paísviveu sob o regime militar, as assessorias de imprensa tinham como principal objetivo ocontrole da informação, com a produção em larga escala de relises e declarações,evitando-se o acesso da imprensa à organização. (4) Veio daí a fama da assessoria deimprensa ser porta-voz do autoritarismo ou dos grandes grupos econômicos. Do lado dogoverno, principalmente desde a Era Vargas, existia um sistema institucionalizado decooptação de jornalistas que tornava fácil a confusão de papéis, fruto do dualismo detrabalhar para o governo como funcionário público e cobrir o governo como repórter. Emdeterminado momento do Regime Militar, metade dos repórteres credenciados no Congressoeram funcionários da Câmara ou Senado (Quintão, 1993: 230). (5) Ao mesmo tempo,enquanto funcionário público, "nas repartições públicas o jornalista, emespecial aquele que militava na imprensa, era um proscrito. Ninguém lhe confiava nada, oque, por outro lado, deixava-o livre também de suas obrigações de trabalho"(Quintão, 1993: 219).
      No fim da década de 1970, com aaproximação do ocaso do regime militar, começa a acabar, também, a fase em que eramais importante ter bom trânsito junto às autoridades do que se preocupar comcomunicação (Nori, 1990: 70). O ressurgimento da democracia, da liberdade da imprensa eo prenúncio de maior exigência quanto aos direitos sociais e dos consumidores, faz asempresas perceberem a necessidade de se comunicar diretamente com a sociedade. Elas deixamo amadorismo e começam a buscar profissionais para estabelecer um bom relacionamento coma imprensa. E o momento que simboliza e, de certa maneira dá início a esta nova etapa,foi a greve dos jornalistas ocorrida em São Paulo, em 1979, que, malsucedida, gerou ademissão de vários jornalistas. (6) Na busca de novas opções de trabalho encontraramaberto o mercado nas empresas privadas, que estavam à procura de profissionais capazesnão apenas de abrir espaço para suas informações nas redações, mas também paraelaborar produtos de comunicação empresarial como jornais, revistas e vídeos dequalidade profissional. Campoi (1984: 113) afirma que a presença de profissionaisdispensados da grande imprensa contribuiu para "maior profissionalização dessasatividades e melhor entrosamento entre essas empresas e os grandes jornais". Tambémressalta o fato do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo terfeito controle para impedir que a atividade não fosse exercida por pessoas fora da áreaprofissional (na disputa pelo promissor mercado com os profissionais de relaçõespúblicas), o que possibilitou que a atividade obtivesse maior credibilidade, ao mesmotempo que significou a extinção do já pouco uso do termo relações públicas para ojornalista que trabalhasse em divulgação.
      Além de alternativa ao mercado cada vezmais restrito das redações, muitos jornalistas também passaram a optar pelasassessorias de imprensa devido às condições mais tranqüilas de trabalho, semfechamentos, menor estresse, sem correrias, com horário fixo de trabalho. Outra vantagempassou a ser o salário, em geral, bem maior do que o oferecido nas redações. (7) Comtudo isso, a partir da década de 1980, o mercado das assessorias passou a ser encaradocomo uma opção de emprego importante e natural para os profissionais de veículos decomunicação. Isso tudo faz com que as assessorias de imprensa não apenas comecem a sedesenvolver de fato, como se consolidem "seja pela profissionalização que ocorrenas suas atividades, seja pela implantação de políticas de relacionamento com osveículos (...) ou ainda pela superação de algumas incompreensões que só persistem emsetores pouco esclarecidos", como notava Bueno (1989: 94). Estas incompreensõestinham relação com a postura autoritária, praticamente de censura explícita, quecaracterizou boa parte das assessorias de imprensa nas décadas de 1960 e 1970.
      O interesse dos jornalistas por um novomercado de trabalho, com as vantagens de ser mais tranqüilo e melhor remunerado coincidiucom a necessidade sentida pelas empresas de estimular e profissionalizar o relacionamentocom a imprensa. E o processo poderia ser previsto. Chaparro (1994: 14) diz que "asociedade organizada tem necessidade vital de se manifestar. São empresas, escolas,igrejas, sindicatos, partidos políticos, grupos culturais, associações de todos ostipos, entidades e pessoas capazes de produzir fatos, atos, falas, bens, serviços esaberes que influenciam na atualidade". A imprensa foi identificada como um grandeinstrumento para informar e formar uma imagem positiva junto à sociedade e o jornalistacomo elo fundamental no processo. O exemplo de algumas empresas, como a Rhodia (8),mostrou que a postura de organização aberta à sociedade e o investimento emcomunicação traziam retorno em visibilidade e poderiam ajudar na consecução dosobjetivos empresariais. Na avaliação de Bueno (1985:9), neste período, "acomunicação deixa de ser ‘perfumaria’, ganhando as entranhas daadministração pública e privada, e extrapola os limites dos tradicionais‘jornaizinhos’ internos para assumir o status de um complexo poderoso,intrinsecamente vinculado à chamada estratégia negocial".
      Ao mesmo tempo, nos veículos decomunicação, as assessorias de imprensa passaram gradativamente a ser consideradasfontes importantes de informações e apoio, inclusive porque existiam profissionais comlarga experiência em jornalismo ali atuando. Talvez o principal exemplo desta mudançaesteja em 1984, com o trabalho do jornalista Antônio Britto, assessor de imprensa doprimeiro presidente civil eleito (mesmo indiretamente) após o golpe militar de 1964.Durante a doença, que levaria o presidente eleito Tancredo Neves à morte antes deassumir, Antônio Brito fornecia informações do governo e facilitava a atuação eacesso dos jornalistas às fontes oficiais, "não como um favor, mas como umaobrigação política" (Rossi, 1986: 46).
      O avanço da inserção de jornalistas narea de comunicação institucional a partir desse período foi tão grande que se tornouo principal campo de atuação do jornalista no Brasil. O Sindicato dos JornalistasProfissionais do DF calculava, já em 1993, que metade dos 25 mil jornalistas brasileirosestavam "direta ou indiretamente relacionados com as assessorias, consultorias eplanejamento de comunicação" (Sant’Anna, 1993: 02). E, ao contrário do queocorria antes, quando atuavam em assessorias profissionais com experiência em redações,torna-se cada vez mais comum o jornalista sair da faculdade diretamente para umaassessoria de comunicação. (9).
      Paralelamente à assessoria de imprensa, aprodução de publicações empresariais (jornais, revistas, boletins editados porempresas não-jornalísticas) passou a ser outro grande campo de atuação dos jornalistasem empresas não-jornalísticas. Criadas no Brasil como instrumento de relaçõespúblicas a partir da experiência americana, eram utilizadas por grandes empresas sob opretexto de divulgar as atividades da organização. Na realidade, faziam o contraponto aomovimento operário e buscavam anular os efeitos dos veículos de divulgação dosempregados, que haviam surgido nas últimas décadas do século anterior e mostravam-sebastante eficientes em despertar a atenção dos empregados. Os chamados house-organs (10)  surgiam principalmente nos momentos de conflito entre patrões e empregados, maspassam a ser dirigidos ao público externo. Apesar disso eram feitos, na maior parte dasvezes, de modo improvisado por funcionários de boa vontade, mas sem experiência noassunto. Tavares (1992) mostra que as publicações jornalísticas empresariais assumiramnão apenas o papel informativo, mas a "função auxiliar para atingir objetivosmercadológicos e também de interação". Isto passou a ocorrer mais claramente, nasgrandes empresas, a partir do final da década de 1960.
      Como na assessoria de imprensa, astransformações sociais, notadamente a abertura política e o surgimento de um fortemovimento sindical, fazem com que as empresas necessitem estabelecer canais maissofisticados com seus públicos, inclusive empregados. "O jornalismo empresarial temde diminuir sua lentidão burocrática interna, aprender a ser mais veloz e transformarsua linguagem e artigos em material de genuíno interesse do público-alvo" (Luduvig,1994: 29). Assim, há investimento em profissionais e na qualidade dos produtosjornalísticos das empresas. Como conseqüência, na década de 1980 também se estabelecea profissionalização em larga escala dos produtos de comunicação empresarial a partirde modelos tradicionais da comunicação de massa (vídeos institucionais e educativos, Tve rádio internos, jornais murais, boletins, revistas).

Assessoria de Imprensa é Jornalismo?

      Atividade originariamente exercida por relações públicas (11)  a assessoria de imprensa, assim como a edição de publicações jornalísticas empresariais, passou a ser executada no Brasil essencialmente por jornalistas a partir da restrição no mercado e pelo interesse das organizações em profissionais com acesso facilitado às redações. Esse processo, entretanto, não se deu de modo tranqüilo. Houve muita discussão e até debates jurídicos sobre o assunto. Embora a profissão de relações públicas tivesse entre suas funções "divulgação jornalística interna" e "elaborar publicações de empresa..." (Gaspar, 1984: 86), estudos jurídicos feitos pela Associação Brasileira de Imprensa e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo sustentam que essa é uma responsabilidade privativa dos jornalistas profissionais. Mas o assunto gera controvérsias. Teóricos de relações públicas tendem a considerar a assessoria de imprensa e as publicações empresariais como instrumentos de relações públicas, embora admitam que possam ser executadas por jornalistas.
      Na década de 1980, ao mesmo tempo em queo mercado de publicações empresariais e de assessoria de imprensa é ampliado e passa aser ocupado basicamente por jornalistas, o relações públicas vê reduzido aspossibilidades de atuação nestas áreas. Entre os motivos estão o preconceito com queera visto nas redações porque teria dificuldades em compreender os interesses daimprensa (12), ou o grande número de jornalistas que se viram sem mercado na grandeimprensa e passaram a buscar novos tipos de trabalho, em veículos alternativos eassessorias. Esta última situação fez com que muitas vezes as assessorias fossemencaradas como refúgio de profissionais que não deram certo nas redações (Valente;Nori, 1990: 119).
      Com jornalistas nas assessorias deimprensa, além do crescimento rápido na sua importância em termos de mercado paraprofissionais da área, aumenta a presença e uso de relises pelas redações.(13) Lima(1994: 111) afirma que "muitos jornais encontrariam dificuldades para manter suasportas abertas se não pudessem contar com o material distribuído pelas assessorias deimprensa". Erbolato vê distorção séria nas facilidades operacionais oferecidaspelas assessorias de imprensa aos veículos de comunicação. Ele diz que no serviçopúblico, especialmente no interior, onde os veículos de comunicação possuem grandedependência da publicidade oficial, o relise vira moeda de troca. Publicado na íntegra,deixa o público "mal informado, manipulado, acreditando só em acertos por parte dosgovernantes..." (Erbolato, 1982:122). Kucinski (1986: 17) mostra que o problematambém alcança esfera maior, embora dissimuladamente: "Hoje você vai cobrir umdepartamento do governo, alguma empresa e tem lá o jornalista para receber você.Formou-se uma promiscuidade que levou a um mascaramento da função do jornalista".
      O problema tem relação com o vínculooriginal da atividade de assessoria de imprensa com as relações públicas.(14) ParaChaparro, a assessoria de imprensa deveria liberar-se deste vínculo e de sua relaçãohistórica e natural com o marketing e o lobby. "Como atividade jornalística, aassessoria de imprensa deve assumir as funções, os critérios e os valores do jornalismo- não apenas os técnicos, mas também os éticos" (Chaparro, 1989:45). Outroângulo de discussão remete aos fundamentos da profissão. Jornalista é uma atividadeessencialmente crítica, de oposição. Seu vínculo a uma proposta semelhante àpromoção ainda é tema de discussões no meio acadêmico dos Estados Unidos, e mesmo nasredações. "Os editores, em geral, não fazem objeções à filiação de seusjornalistas a igrejas convencionais e outras organizações razoavelmente nãocontroversas (escoteiros, rotarianos e semelhantes), mas podem impedir que membros daredação assumam qualquer função nessas organizações, especialmente se houverqualquer envolvimento na área de publicidade ou relações públicas" (Goodein,1993: 73). Isto também ocorre no Brasil, mas apenas com alguns dos grandes veículos decomunicação, que exigem exclusividade e tendem a pagar mais por causa disto. O maiscomum, entretanto, é o duplo emprego - em redações e assessorias, principalmente devidoaos baixos salários pagos em jornais de pequeno e médio porte, em particular fora dasgrandes capitais.
      O professor Pierre Fayard, da Universitéde Poitiers, França, explica ( 15) que é inimaginável no modelo europeu um jornalistaprofissional atuar como divulgador, porque a carta (chamada registro, no Brasil) dejornalista é dada a pessoas que vivem da atividade em veículos de comunicação e, paratrabalhar nestes veículos, não podem atuar em atividades relacionadas às relaçõespúblicas. Um exemplo do caso europeu é Portugal, onde o jornalista que passa a trabalharem uma organização não-jornalística é obrigado a afastar-se do sindicato e, portanto,perde o direito à exercer a profissão. "No sector empresarial (público ou privado)as funções de ligação aos media são geralmente desempenhadas por pessoal integrado em‘gabinetes de relações públicas’ ou gabinetes de ‘imagem’ ou mesmoem gabinetes de marketing. São, em geral, ‘técnicos ou ‘redactores’ derelações públicas com formação específica" (Deschepper, 1992: 28).
      Num estudo em dezenas de países sobre ojornalista, a Organização Internacional do Trabalho traça um perfil da profissão e aassessoria de imprensa é tratada como atividade de relações públicas, podendo serexercida por ex-jornalistas. Nesta visão, o profissional, ao trabalhar em uma empresanão-jornalística, passa a ser considerado como relações públicas, divulgador ousimilar. Há, assim, a tendência a considerar o trabalho de divulgação como relaçõespúblicas ou propaganda. Marques de Melo explica que existe uma fronteira entre ojornalismo e as relações públicas e a propaganda. Esta fronteira é a persuasão, quenas últimas chega a apelar para o imaginário e o inconsciente, enquanto que o jornalismo"atém-se ao real, exercendo um papel de orientação racional" (Melo, 1985:09). O uso de técnicas jornalísticas para a divulgação seria apenas uma estratégia derelações públicas ou propaganda e não jornalismo no sentido dado por Beltrão (1992:67): "jornalismo é a informação de fatos correntes, devidamente interpretados etransmitidos periodicamente à sociedade, com o objetivo de difundir conhecimentos eorientar a opinião pública, no sentido de promover o bem comum".
      No Brasil, é exigido cursouniversitário, o que faz que o diplomado possa exercer a qualquer tempo a profissão epossa ser chamado de jornalista mesmo que não atue como tal. É profissionalmente aceito,por exemplo, trabalhar ao mesmo tempo em um veículo de comunicação e em uma assessoriade imprensa. Este duplo emprego é restringido apenas por alguns veículos. Os sindicatostendem a ver problemas éticos apenas quando o jornalista trabalha em uma editoria quepossa ter relação com o emprego de assessor. Existe pouca discussão sobre este assunto,embora a fidelidade dos jornalistas às normas deontológicas da profissão devessecontrariar os pressupostos da sua atuação em empresas de outro ramo, que não o deveículos de comunicação de massa. Vieira afirma que o comunicador social que atua emempresas públicas deve agir como "um instrumento da sociedade". Assim, osassessores de comunicação destas empresas não podem ser confundidos com "agentesfabricadores da imagem das empresas, instituições e seus dirigentes. Este papel, quenão tem correspondência na ética da profissão, pode e deve ser rejeitado"(Vieira, 1979: 33).
      Nucci diz ser bizarro o consenso de queassessores de imprensa sejam também considerados jornalistas. Ele aponta a diferençaprincipal: "Jornalista representa e defende os interesses dos seus leitores. Escuta acomunidade, investiga, confronta, analisa e publica. O assessor de imprensa trabalha osinteresses dos clientes" (Nucci, 1992: 1-3). Isto gera, em sua avaliação, uma"ação entre amigos" em que o público sai perdendo. O artigo mereceu umaresposta no âmbito acadêmico. Cheida defende os assessores sob o argumento de que o quevale, tanto em um como em outro caso, é a verdade factual, ou seja, o jornalista"tem o compromisso ético de apreender a verdade factual, tomando-a como um bemsocial e ser um crítico observador da realidade" (Cheida, 1993: 117). Para ele, ofato do jornalista trabalhar em uma empresa não-jornalística "não implica numaadesão a uma única versão dos fatos, mas sim na especialização dos assuntospertinentes à instituição assessorada" (Cheida, 1993: 116). Nesse aspecto, aalternativa apontada remete a Chaparro, que prega o caráter eminentemente informativo dojornalista, tanto nos aspectos técnicos como éticos. Isto, entretanto, significa deixarem segundo plano a característica de "assessor" do jornalista, que implica noaconselhamento, como técnico especializado, a seu contratante. A atividade do jornalistaassessor de imprensa, em primeiro lugar, serve aos propósitos da organização e seusdirigentes, inclusive porque dela é contratado, o que torna difícil imaginar queprivilegie a imprensa em detrimento da instituição.
      Do ponto de vista dos jornalistas quetrabalham em assessoria, entretanto, não há necessariamente problema em trabalhar em umaorganização não-jornalística. Afinal, os veículos de comunicação de massa atendemà necessidade social de informação, se são também uma propriedade industrial ecomercial como qualquer outra, tanto que seu desenvolvimento está ligado à ampliaçãodas trocas comerciais e da publicidade. Do ponto de vista do profissional, a relaçãopode ser considerada apenas como de empregado-patrão. Como avalia Moreira (1987: 174):"Você é jornalista em qualquer lugar. (...) Não há diferença em trabalhar para oMesquita [Grupo "O Estado de S.Paulo"] ou numa assessoria como a da Volks."Também há que se considerar o caráter de mercadoria da informação, que a torna umproduto essencialmente ideológico e mercadológico, como demonstra Marcondes Filho. (16)
      A compreensão da aparente contradiçãodo jornalista, um profissional de função essencialmente crítica, atuar como consultorna área de divulgação e, inclusive criar fatos (17), o que vai contra os princípios daatividade, pode ser obtida em Soloski (1993), que demonstra que o profissionalismojornalístico controla o comportamento dos jornalistas a partir do estabelecimento depadrões e normas e do sistema de recompensa profissional. Por meio da educaçãoprofissional, estágio e aprendizagem profissional os jornalistas estabelecem a basecognitiva para a profissão, compartilhando normas aceitas por todos os integrantes dacategoria. Estas normas estão acima inclusive dos interesses dos veículos decomunicação, que se vêem obrigados a estabelecer políticas editoriais para exercer umcerto controle sobre seus jornalistas. A aceitabilidade por profissionais do mercadotradicional - as redações -, de que o jornalista atue em assessorias e continueutilizando o título de jornalista, garante o direito ético de exercê-la. Isto sómudaria se houvesse um forte sentimento profissional contrário a esta especialização,ou seja, que a maioria dos profissionais considerasse reprovável esta atuação, o quenão ocorre, ou ainda, que não houvesse a aceitação pública do monopólio daprofissão, o que especialmente os relações públicas não conseguiram evitar. Assim, oduplo emprego (redações e assessoria) tende a ser eticamente aceito.
      O profissionalismo é que determina alegitimidade da atuação do jornalista em organizações não-jornalísticas. No Brasil,por estranho que possa parecer a profissionais de outros países, a figura do assessor deimprensa, uma função típica de relações públicas, assumir o título de jornalista éaceita, inclusive em nível acadêmico, mesmo que haja alguma incompatibilidade com ocódigo de ética da profissão (18) . Mais do que aceita, a presença do jornalista emassessorias de imprensa foi até estimulada pelas redações no momento em que se faziacríticas à competência dos relações públicas para exercer esta função. (19) Osjornalistas perceberam nas assessorias um providencial mercado de trabalho a ser ocupadona ausência de vagas nas redações (20) e competiram por ele com os relaçõespúblicas. Como os jornalistas conhecem melhor os mecanismos de funcionamento dasredações e os interesses da imprensa, não foi difícil obter melhores resultados nestaatividade, o que ajudou o mercado a ficar a seu favor. A solidariedade profissional entrejornalistas de ambos os lados, neste caso um tipo de corporativismo, certamente tambémteve bastante influência.
      A atividade dos assessores de imprensa temseu controle feito nas redações como um filtro e nelas é que a credibilidade ecompetência do profissional são testadas diariamente. O assessor de imprensa tem comocapital pessoal para realizar seu trabalho a técnica jornalística e seu relacionamentopessoal com as redações.(21) Se fugir técnica ou eticamente às normas da profissão,é provável que seja evitado por profissionais destas redações e sua atuação fiquecomprometida. Santos e Barbi (2000), em estudo realizado junto às 14 assessorias deimprensa de Ribeirão Preto, SP, notam que "as assessorias, por pertenceremmajoritariamente a jornalistas, acabam por adotar um padrão ético de atuação própriodesta profissão. E esses profissionais, embora não tenham formação adequada aoexercício de assessor, têm compromisso ético e consciência sobre a importância e oimpacto da informação junto à opinião pública".
      A condição de que o assessor de imprensasomente apresenta os fatos a partir do ponto de vista da organização ou do assessoradoé fato claro no jogo de relações e aceito tacitamente pelas redações, a quem cabe opapel de agir criticamente e investigar as informações recebidas. Deste ponto de vista,a prática de assessoria de imprensa pode, em muitos casos, ter uma vantagem ética,afinal produz informação assumidamente posicionada, mas necessariamente verdadeira, oque nem sempre ocorre nos veículos de comunicação de massa, que se postulam comoimparciais e objetivos, mas que veiculam, em variadas circunstâncias, informaçõesadaptadas à sua linha editorial e interesses.
      O problema, assim, passaria a ser maisrelacionado à falta de crítica e à acomodação do jornalista do veículo, que usa àfarta material das assessorias do que propriamente da atuação do assessor de imprensa.Torna-se mais fácil ao repórter obter o relise e uma declaração oficial do queinvestigar o assunto, o que demandaria tempo e uma equipe maior nas redações. Ainformação via relise é sempre informação e, presume-se, verdadeira. Cabe ao veículofazer a necessária avaliação crítica e dar a sua abordagem editorial própria,utilizando o texto como pauta ou matéria acabada.
      Devido à aceitação profissional dojornalista atuar em empresas não-jornalísticas e ao fato da legislação permitir queuma pessoa continue sendo jornalista mesmo não exercendo a profissão, é que no Brasilhá jornalistas que não atuam na área e jornalistas assessores de imprensa. Se a origemdesta segunda atividade é a diminuição no mercado de trabalho original - as redações,e se o horizonte normativo das duas práticas é diferente, isto não chega a ser tãoimportante quanto o acordo e aceitação tácita de que o jornalista pode atuar emassessorias de imprensa e usar o título. Isto ocorre sem qualquer constrangimentoprofissional, mesmo com raras discriminações e observações como a de Chaparro que dizque a prática de dar à informação tratamento de relações públicas é, na realidade,"simulação jornalística" (Chaparro, 1990: 130).
      Apesar de críticas como a de Chaparro,que propõe limitar o papel do jornalista a lidar com a notícia de interesse estritamentejornalístico, o que se percebe no mercado é que as assessorias de imprensa são cada vezmais utilizadas para produzir informação de modo a influenciar os diversos públicos daorganização. Se os veículos de comunicação agem por meio da seleção de assuntos deseu interesse, é natural que o assessor de imprensa tente pautá-los a partir do ponto devista de quem lhe paga.
      Assim posto, a assessoria de imprensa éum instrumento estratégico fundamental, já que sua boa atuação aumenta a visibilidadepública da organização por meio dos veículos de comunicação de massa. Estes nãoapenas divulgam o que a organização deseja, mas agregam ao noticiário seu aval ecredibilidade, mostrando aquilo em que acreditam e, num círculo vicioso, dandocredibilidade à notícia que veiculam. O cidadão, na ausência de outros mediadoressociais, vê-se compelido a crer no que lhe informa seu noticiário favorito. Esteprocesso ocorre na dimensão apontada por Marcondes Filho (1993: 16): "tudo gira emtorno do que se fala, do que é promovido, do que é comunicado, do que ganha a dimensãopública, do que atinge as massas".
      Por perceber isto é que, cada vez mais,empresas e instituições brasileiras têm interesse em contar com jornalistas paradivulgar suas atividades e interesses por meio dos meios de comunicação, expandindo omercado para os jornalistas recém-formados e desempregados e aumentando a renda dos maisexperientes. E quanto maior a importância do veículo de comunicação ou de determinadaeditoria na qual se busca presença, mais qualificado deve ser o assessor. Em veículos decomunicação de menor importância é possível obter espaço editorial mais facilmente.No contato com os grandes veículos é que a habilidade, o relacionamento, a técnica e aexperiência do assessor de imprensa se tornam ainda mais fundamentais, pois a seleçãoé mais rigorosa. A filtragem por parte dos veículos tende a eliminar o produtonão-jornalístico ou que contenha informações de má qualidade.

A nova etapa, a Comunicação Estratégica

      A assessoria de imprensa e a produção depublicações jornalísticas empresariais são atividades que podem ser incluídas nocampo da comunicação organizacional, onde cada atividade tem seu papel específico einterage com as demais (relações públicas, publicidade e propaganda, editoração,comunicação mercadológica, etc.), no que Kunsch (1986:107) chama de "composto decomunicação". Nele, não há trabalho isolado de comunicação, mas umaintegração natural de subsistemas que compõem a organização. Torquato (1986:68) dizque "a comunicação empresarial sistêmica dá unidade a um conceito de empresa,harmonizando interesses, evitando a fragmentação do sistema, promovendo, internamente,sinergia negocial e, externamente, comportamentos e atividades favoráveis àorganização".
      Torquato e Kunsch apontam a necessidade,nas empresas, de um sistema de comunicação reunindo atividades mercadológicas einstitucionais. Neste modelo, é exigido um profissional com novo perfil, menosespecializado e com visão global da empresa e seus objetivos. "Estamos entrando numaera em que o profissional de comunicação empresarial deixa de ser um mero executor depolíticas para se transformar num elemento formulador de estratégias", anunciavaTorquato (Perfil..., 1994: 05). "Hoje, dele requer-se muito mais do que apenas um bomtrabalho de divulgação e coordenação de contatos com a imprensa ou comunidades"(Perfil..., 1994:4). Esta era chegou em definitivo. A comunicação empresarial passa aser percebida pelo empresário como instrumento fundamental, não apenas para viabilizaruma imagem favorável da empresa, mas como imprescindível para o sucesso daorganização, inclusive no apoio aos objetivos mercadológicos, mesmo que de formaindireta. A partir deste momento, para administrar a comunicação, ignoram-se aformação e habilidades específicas de cada profissional, e busca-se alguém com"boas noções sobre marketing e administração, uma visão ampla da empresa em quetrabalha, como ela funciona e, principalmente, saber como pode ajudar a empresa a realizarlucro" (Perfil..., 1994b: 07). E este é um mercado cada vez mais à disposição doprofissional de jornalismo, mesmo que a maior parte do arcabouço teórico da atividadeesteja relacionado a atividades como relações públicas, administração ou marketing.Na verdade, o jornalista passa a ocupar este espaço ao assumir atividades típicas elimitadas à assessoria de imprensa, mas a partir do alargamento de sua visão decomunicação. (22)
      Um exemplo desta mudança é apresentadopelo autor de uma das obras de referência brasileira sobre jornalismo institucional.Jaurês Rodrigues Palma, na 1a Edição do livro Jornalismo Empresarial, de1983, coloca o serviço de imprensa vinculado ao serviço de relações públicas,executando atividades bastante específicas: assessoria de imprensa e produção depublicações. Na 2ª edição, de 1994, mostra como a situação se modificou e ojornalista passou a ampliar seu espaço de ação: "Se Comunicação Empresarial émacroárea, se Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Jornalismo sãosubsistemas, então fica estabelecido que o gerenciamento do supersistema, do processoglobal não é atribuição pré-definida de nenhum dos subsistemas e sim do profissionalmelhor habilitado" (Palma, 1994: 16). O jornalista, em muitos casos, passa acoordenar toda a comunicação da empresa. Em termos de posicionamento profissional, deixade executar assessoria de imprensa ou a produção de publicações empresariais, parapensar estrategicamente a comunicação. Isto, entretanto, não pode ser considerado aindacomo comum, inclusive porque o background da profissão e sua formação universitárianão o levam nesta direção. O resultado é que a divulgação parece ser ainda a únicaface visível da comunicação para muitos dirigentes e jornalistas.
      Tende-se a imaginar que problemas decomunicação possam ser solucionados pela assessoria de imprensa, o que, embora possa serum bom primeiro passo, dificilmente é suficiente. Para avaliar o assunto, basta examinaro arsenal de instrumentos de comunicação à disposição do profissional e a próprianoção de "públicos" obtida na teoria de relações públicas. Sem estareflexão muitos profissionais não descobrem o potencial da ampliação de sua atividadeprofissional original, inclusive porque, em geral, falta a socialização dos colegas maisexperientes, como nas redações, onde ao aprendiz recém-chegado são ensinadas, mesmoque por osmose, as políticas editoriais e o uso peculiar das técnicas pelo veículo. Oresultado é que "muitos comunicadores têm responsabilidades estratégicas, maspreferem dedicar-se aos boletins informativos" (Corrado, 1994: 41). Ou seja, muitosjornalistas, por força de sua experiência limitada às redações ou formaçãouniversitária incompleta tendem a entender as possibilidades da comunicaçãoorganizacional como mera produção de publicações empresariais e veiculação dematérias na imprensa. O papel estratégico de administração dos processos decomunicação na organização parece surgir apenas pela visão ampliada do processo, emgeral após uma lenta aprendizagem, baseada na experiência e interesse pessoal ou pelonível de exigência imposto na organização.
      A dinâmica e as novas exigências domercado estão tornando cada vez mais fluída a diferença entre a formação original decada profissional. Limitar o campo de atuação pode ser um erro estratégico para osprofissionais de qualquer área. A capacidade de posicionar a atividade como"Comunicação Estratégica" e não em termos conceitualmente limitados como"organização de eventos", "atendimento ao público","assessoria de imprensa" ou "jornalismo empresarial" é fundamentalpara quem quiser expandir seus horizontes profissionais. O nome do paradigma àdisposição no mercado é "Comunicação" e as possibilidades que se abrem apartir do conceito imposto por esta terminologia ampliam notavelmente as oportunidades eexigências de atuação.
      Bueno (1995: 05) identifica a mudança nocampo do jornalismo: "pelas novas demandas, o assessor de imprensa deixou de serapenas um emissor de releases, despontando, hoje, como um produtor ou mesmo um executivode informações e um intérprete do macroambiente". O novo profissional decomunicação empresarial deve ter capacidade de identificar e trabalhar com cenários doambiente interno e externo, e ter domínio sistêmico sobre todas as áreas decomunicação. A assessoria de imprensa, por exemplo, continua importante, mas é apenasuma tarefa operacional básica e limitada.
      Apesar da penetração neste mercado e daajuda que o jornalista pode prestar à empresa, o profissional que tem o melhor currículouniversitário para administrar a comunicação da empresa é o relações públicas. (23)Embora esta atividade continue extremamente relevante (24), a denominação parece tersofrido um desgaste tão grande, que apesar do esforço de muitos profissionais, aindanão foi possível superá-lo. Esta corrosão é tema recorrente nas discussões noâmbito da profissão e a tendência é relacioná-la principalmente a partir de seu usopelo regime militar imposto ao País (25), a vinculação ao lobby (na acepção maisnegativa possível), a precoce regulamentação, problemas na formação universitária, ea tradição de corporativismo no uso do nome da profissão que impediu sua adoção porprofissionais reconhecidamente competentes, mas sem a formação prevista na legislação.Um dos resultados do desgaste da profissão é a perda de postos nas organizações,conseqüência da ocupação de suas atividades originais por profissionais com outrasformações que chegam a adotar outras terminologias profissionais (gerente decomunicação é a mais comum) para desempenhar tarefas típicas de relações públicas.Outro sinal é a introdução de termos como endomarketing, marketing institucional,marketing social, marketing de relacionamento, mídia training, stakeholders, todosincorporando conceitos historicamente relacionados à prática de relações públicas,mas apresentados como "novidades" por profissionais de outras áreas, ganhandoenorme visibilidade no mercado.
      Na atuação em atividades decomunicação organizacional, seja pelo perfil pessoal, visão crítica inerente àprofissão, pela maior proximidade com o poder, ou ainda por sua atuação em umaatividade mais visível e de maior interesse imediato para os dirigentes como é orelacionamento com a imprensa, muitos jornalistas ampliaram sua área de atuação eassumiram posições de destaque na estrutura de comunicação de organizações,coordenando áreas que podem levar nomes como comunicação social, comunicaçãocorporativa, relações com a comunidade, etc. E apesar da cada vez maior presença nestenovo mercado, um profissional completo, que agregue à sua formação especialista umavisão mais generalista, está por se tornar comum. "Ainda não temos no mercadoprofissionais de qualidade que entendam a comunicação organizacional no sentidosistêmico. Temos, na realidade, profissionais de RP com visão muito limitada,jornalistas bons de texto mas com visão também limitada..." (Torquato, 1995: 16).
      Para o jornalista, um novo campo detrabalho, na área de gerenciamento dos processos de comunicação está sendo oferecidopelas organizações de todo tipo: ONGs, entidades de classe, associações, empresas,escolas, órgãos públicos. Mas, ao mesmo tempo, as exigências são maiores. Haverá,sempre, espaço para atividades técnicas como produção de relises, de jornaisempresariais, edição de conteúdo em sítios na internet. Se, entretanto, optar portornar-se estrategista, administrador dos fluxos de comunicação ou buscar converter acomunicação em uma ferramenta à serviço dos objetivos organizacionais, asoportunidades são infinitamente maiores. "Os repórteres, redatores, diagramadores ecoordenadores de eventos continuam sendo imprescindíveis (...) mas certamente a cabeçado negócio da comunicação estará, cada vez mais, no profissional que conciliacompetência técnica com uma visão gerencial moderna e que sabe vislumbrar, com lucidez,a íntima relação entre comunicação e negócios. A esse profissional está reservado ocomando. Pensando bem, ele merece o cargo" (Bueno, 1995: 25).
      No novo modelo de comunicação que seconsolida, passam a existir três tipos de profissionais de jornalismo. Há o tradicional, nas redações. E há também dois novos campos, criados no caso particular brasileiro. Aqueles que realizam trabalho de execução como o que faz assessoria de imprensa, produzconteúdo na internet ou elabora a publicação da empresa.(26) E há também aquele, deformação original em jornalismo, diretamente ligado à alta administração dasorganizações, e que ajuda a definir seus rumos, utilizando a comunicação como insumona tomada de decisões. E parece ser este que, no futuro, irá ser o grande estrategistade comunicação na maior parte das organizações.
      Depois de vencer o tabu de seus própriospares, o jornalista agora enfrenta o desafio de prover soluções em comunicaçãoorganizacional.

Referências bibliográficas

1) O relacionamento das organizações com a imprensa é uma dasfunções de relações públicas segundo definição oficial aprovada pela Associação Internacional de Relações Públicas em 1959 (Andrade, 1988:71). Logo no capítulo II, da Lei no 5.377, de dezembro de 1967, que disciplina a profissão no Brasil, sãoconsideradas atividades específicas de relações públicas "as que dizem respeitoà informação de caráter institucional entre a entidade e o público, através dosmeios de comunicação". Apesar disso, sempre houve controvérsias sobre o responsável na empresa pelo relacionamento com a imprensa. Atualmente tramita no Congresso Nacional projeto de lei apoiado pela Federação Nacional dos Jornalistas, estabelecendo que Assessoria de Imprensa é atividade privativa de jornalista. Assim, Assessoria de Imprensa seria considerada como função desempenhada por jornalistas ao lado de atividades como redator, repórter, revisor e repórter-fotográfico, num adendoao artigo 11 do Decreto no 83.284, de 13 de março de 1979, que regulamenta o exercício da profissão.

2) Problemas éticos no jornalismo relacionados a isso eram comuns a partir, especialmente, do amadorismo que caracterizava o trabalho jornalístico. Repórteres não pagavam imposto de renda e tinham desconto de 50% nas passagens aéreas; o duplo emprego era comum, assim como o "jabaculê", denominação dada ao presente oferecido por uma fonte ao jornalista. Assis Chateaubriand declarou em 1961, quando os jornalistas conquistaram o piso profissional: "Mas por que vocês fazem greve por piso? Eu estou dando para vocês emprego e espaço no jornal para escreverem. Porque vocês não ganham dinheiro com isso? Eu fiz minha fortuna assim" (Romeiro, 1987: 102). Considere-se, entretanto, que, naquele período, o jornalismo era em geral uma atividade complementar e os repórteres eram obrigados a ter outras fontes de renda para sobreviver. Segundo Medina (1982:46), esta situação retardou a profissionalização da carreira.

3) Consideramos como a melhor definição para assessoria de imprensa a apresentada por Chaparro (1989:06): "a prática do jornalismo a nível de fonte, para assegurar aos meios de comunicação a qualidade da informação, sob o ponto de vista da técnica jornalísticae da relevância social".

4) A visão queo jornalista em geral tinha do assessor de imprensa é dada por Noronha (1987: 94):"... um indivíduo que funcionava como uma barreira entre a fonte e os meios de Comunicação. Estava colocado com a intenção de esconder a notícia. (...) Se comportava muito mais como um relações públicas".

5) Quintão conta que em 1983, 1.814 jornalistas foram enquadrados como técnicos em Comunicação Social do Serviço Público. "Outro tanto desses profissionais, contratados anteriormente em funções diferentes, não puderam ser absorvidos na mesma carreira, mas permaneceram funcionários do governo" (1993: 216).

6) Os antecedentes são de 1978, quando foi feita uma tentativa de greve, mas contornada. Em 1979, a greve aconteceu, os patrões endureceram e houve estimadas 200 demissões. Para Abramo (1988:93), "a greve foi um suicídio" e desmoralizou a categoria.

7) Um terço dos profissionais recebiam até seis salários mínimos, que era o piso previsto em lei para a profissão. O depoimento de Antonio Alberto Prado é elucidativo: "Nós, jornalistas, muitas vezes vemos nossa profissão como uma espécie de religião. Como para um padre, também para nós é muito difícil deixar a batina. No entanto, eu descobri que a enorme bagagem que os repórteres reúnem estava repleta de ferramentas fundamentais, desejadas, apreciadas e melhor pagas nas indústrias e em outras empresas não-jornalísticas" (O FUTURO..., 1993:32).

8) Em 1985 a Rhodia lançou seu Plano de Comunicação Social caracterizado como uma "Política de Portas Abertas". Tratou-se de um avançado e pioneiro programa de comunicação empresarial. Bueno (1989:5) informa que a política adotada pela Rhodia serviu de paradigma para as demais organizações. Ver mais sobre o assunto em Valente & Nori, Portas Abertas, Circulo do Livro, 1990, que traz um detalhado relato sobre o programa de abertura no diálogo entre a empresa e a sociedade no período entre 1982 e 1988. O livro é um clássico na literatura brasileira de comunicação organizacional por mostrar um tipo de posicionamento e exemplos de ações que acabaram tornando-se referências inevitáveis para a grande maioria das empresas brasileiras.

9) Pesquisa realizada junto aos cursos de comunicação do Estado do Rio de Janeiro mostrou que, num universo que variou de 5% a 10% dos cerca de 11 mil alunos matriculados em cursos de Jornalismo, a área de comunicação empresarial e institucional é a segunda grande áreade absorção dos profissionais (Lopes, 1997:66).

10) Os principais autores evitam o termo norte-americano house-organ pois, traduzido por "órgão da casa", não representa a abrangência e a variedade das publicações empresariais (Torquato, 1987; Palma, 1994). Apesar de haver um certo consenso sobre esta inadequação, ainda é utilizado com freqüência.

11) Na maior parte dos países, a atividade dos profissionais de relações públicas inclui o que no Brasil se convencionou chamar de assessoria de imprensa. Toda a prática de assessoria de imprensa ou produção de publicações empresariais faz parte do acervo teórico de  relações públicas e é tratada nos livros desta atividade.

12) Romeiro (1987:103) diz que "o relações públicas é formado para promover as coisas. (...) Na hora em que é abordado por um jornalista, tende, instintivamente, a deixar o jornalista insatisfeito". Simões (1995:102), acredita que as relações públicas foram contaminadas por "um vírus pejorativo" e atribui parte da responsabilidade aos jornalistas. Em pesquisa realizada junto a 20 jornalistas em 1987, a maioria com cargos de chefia nas redações dos mais importantes diários do País, a Agência de Comunicação Social detectou que eles dão preferência aos contatos pessoais com os diretores de empresas, na presunção de que as assessorias de relações públicas não lhes contam toda a verdade (Release..., [19--]). Palma(1994:74) diz que "muitas vezes (...) [o relações públicas] é mesmo culpado pelas imputações que lhes são feitas". Ele justifica afirmando que o relações públicas negligencia as regras básicas da notícia, bombardeia as redações com grande quantidade de relises de interesse unilateral, longos e redundantes. A crítica, entretanto, pode ser extensiva a muitos jornalistas assessores de imprensa.

13) Uma maneira relevante de estudar a importância e atuação dos profissionais de assessoria de imprensa é pelo seu poder junto às redações: pesquisa realizada em Fortaleza, CE, em 2000, junto aos dois principais jornais do Estado, mostrou que, durante os cinco dias da coleta de dados, foi grande a influência das assessorias de imprensa no material editorial veiculado. No jornal O Povo, das 71 sugestões de pauta recebidas, 39 (54,9%) foram aproveitados de alguma forma naquela semana, totalizando 2,46 páginas inteiras. Das 64 sugestões de pauta que o jornal Diário do Nordeste recebeu, 31 (ou 48,43%) foram aproveitadas, significando 1,99 páginas de espaço editorial. O pesquisador nota que não foram examinadas sugestões de pauta e relises enviados naquela semana e aproveitados nas semanas seguintes, o que poderia ampliar o percentual. (Ribeiro, 2000)

14) Existe uma relação de origem entre assessoria de imprensa e relações públicas: na primeira década deste século, o então jornalista norte-americano Ivy Lee deixou a imprensa para atuar na divulgação de empresários e orientá-los na conquista da opinião pública por meio da mídia. Também desenvolveu técnicas para influenciar as decisões jornalísticas. Em 1906 ele criou uma carta de princípios no seu relacionamento com a imprensa que passou a ser referência no assunto. Hoje é reconhecido como o primeiro assessor de imprensa da história e é considerado por muitos o "pai das relações públicas". Antes dele, a frase "the public be damned", atribuída ao empresário Henry Vanderbilt sintetizava o padrão vigente no relacionamento dos grandes empresários com a imprensa.

15) Entrevista a este autor

16) Marcondes Filho (1989:31) mostra que os veículos de comunicação de massa, como instituições de natureza empresarial, utilizam a notícia como uma de suas mercadorias e não com o fim democratizante da informação: "mercadoria pura e simples, matéria solta e universal, como as demais mercadorias, fato social sem história e com reduzida ação no presente, reduzida inter-relação entre criador e receptor, reduzidas proposta e colaboração para uma transformação individual e coletiva: alimento simbólico para a mente (...) O que se vende é a aparência do valor de uso". Por outro lado, também afirma que só as empresas de comunicação têm "um falar genuinamente jornalístico. Todos os demais são veículos oficiais de transmissão de opiniões particularistas ", referindo-se a publicações empresariais e agências de notícias de sindicatos, igrejas e universidades".(1993:143)

17) Ao assessor de imprensa cabe criar ou sugerir fatos ou eventos que possam ocupar espaço na mídia ou produzi-los especialmente para que sejam notícia. Esta atividade do jornalista já é institucionalizada.

18) O artigo 13, por exemplo, diz que o jornalista deve "evitar a divulgação de fatos com interesse de favorecimento pessoal ou vantagens econômicas", o que é a essência do trabalho do assessor de imprensa de empresas privadas. Enquanto o código de ética brasileiro proíbe o profissional de exercer cobertura jornalística pelo órgão que trabalha, em instituições onde seja funcionário, nos Estados Unidos o tema é bastante discutido, mas a opinião prevalecente é que o jornalista sequer pode se envolver com instituições - associações e partidos inclusive - que possam influenciar, indevidamente, sua capacidade de noticiar imparcialmente. O código de ética da Associação de Editores Administrativos Associados de Imprensa para Jornais e seu Pessoal diz que "o emprego paralelo em fontes de notícia é óbvio conflito de interesses..." (Goodwin, 1993: 442), sem referir-se, como no brasileiro, que o jornalista cubra necessariamente esta fonte.

19) Marinho mostra que os profissionais de uma determinada área tendem a exercer controle sobre seus pares, ao mesmo tempo em que praticam sanções monopolísticas contra eventuais intrusos. "São os interesses dos membros de uma profissão por poder, riqueza e prestígio que os leva a lutar pela conquista e manutenção de seu monopólio de competência" (1986: 108).

20) Rossi, com base em dados fornecidos pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de S. Paulo estimava, embora a partir de dados que não considerava rigorosos, que em 1985 havia mais de 4.000 profissionais que não conseguiam atuar na área no Estado. (1986: 39).

21) Isto ocorre, de outra maneira, nos veículos de comunicação de massa. Os jornalistas que maior destaque obtêm não são necessariamente os de melhor texto, mas também aqueles que têm melhores fontes, cultivadas geralmente durante muito tempo e que por isso podem oferecer a seu público informações e análises exclusivas.

22) Piva (1999:82-83) traça o perfil necessário do jornalista em funções empresariais: estrategista político, articulador, consultor/conselheiro, capacidade de relacionamento, administrador de conflitos, capacidade para ler e interpretar o meio ambiente, dominar os meios clássicos de comunicação e descentralizador de operações.

23) Enquanto o jornalista é preparado nas universidades basicamente para pensar a transmissão da informação à sociedade via veículos de comunicação de massa, o relações públicas estuda a lógica da comunicação com uma finalidade mais estratégica para a organização, ou conceitualmente, "promover através do esforço deliberado, planificado e contínuo, a compreensão mútua entre instituição e os grupos e pessoas a que ela esteja diretamente ou indiretamente ligada".

24) Importante é distinguir entre "profissão", regulamentada e exercida por pessoas oficialmente credenciadas e a "atividade", que é o exercício dos preceitos, no caso, da função de relações públicas. O preconceito e a recusa em aceitar que assessoria de imprensa é uma atividade típica de relações públicas parece até impedir que alguns jornalistas procurem a literatura da área, onde estão conhecimentos que o ajudariam a desempenhar melhor suas atividades em uma organização. O impasse resultante da ambigüidade ao exercer diferentes papeis profissionais mereceria maior discussão em nível universitário, em particular sobre a formação curricular de um jornalista que provavelmente não vai trabalhar em veículos de comunicação de massa.

25) Um dos problemas que trouxe imagem negativa à profissão de relações públicas é sua relação original com práticas autoritárias de comunicação impostas pelo governo federal, primeiro com o DIP no governo Getúlio Vargas, e, depois, com a Assessoria Especial de Relações Públicas. Criada por militares de linha dura em 1968, a AERP e as áreas de comunicação que a sucederam se caracterizaram pela autopromoção do regime militar e por dificultar o fluxo de comunicação entre governo e sociedade.

26) Apesar da atuação do jornalista em assessorias de imprensa estar institucionalizada e caracterizada como importante mercado, pesquisa realizada em 17 universidades do Estado do Rio de Janeiro mostrou que 66% não ofereciam disciplinas voltadas para a área de assessoria de imprensa (Lopes, 1997:66). A assessoria de imprensa é, como vimos, a área de atuação mais rudimentar para o profissional de jornalismo em uma organização não-jornalística e, ainda assim, exige o domínio de uma série de técnicas particulares.

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* Prof. Jorge Antonio Menna Duarte, jornalista e Relações Públicas, Professor do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Mestre e Doutorando em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo; Técnico em Comunicação Social da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

 
 
 
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